domingo, 31 de janeiro de 2010

Quando o sábio aponta para as estrelas, o idiota olha para o dedo

Mais um pouco da sabedoria de mais de cinco milénios que certas civilizações insistem em ignorar.

Hoje temos um provérbio que mostra bem uma certa realidade que já não vem de hoje. E o mais estranho é que exista uma classe na sociedade que de tal se aproveite no dia a dia. Neste caso não estamos a falar de sabedoria mas de aproveitamento pelos políticos que apontando para a sua estrela esperam que o eleitorado idiota olhe para o dedo do político.

Às vezes dá certo, mas quando falha pode ser complicado.

Deseja-se que o que aconteça no dia a dia seja o de nos confrontarmos, não com o político mas com a Sabedoria:

"Quando o sábio aponta para as estrelas, o idiota olha para o dedo"

Janeiro, como entra assim sai

Há exactamente 31 dias dias atrás entrou o mês primeiro do calendário gregoriano e hoje chega ao seu termo.

Foi um mês em termos climatológicos dentro da média, mostrando as habituais características de frio e chuva, com algumas geadas acompanhando o frio e com neve nos sítios certos.

Neste ano de 2010 esteve mais para o farto em água do que em secura o que vem ao encontro das necessidades de Verão em termos de água para beber e para a agricultura, face aos elevados meios de retenção que a maioria das zonas do país dispõem.

Como não foi extremo em pluviosidade a agricultura não terá tido grandes atrasos nas suas fainas. Podemos dizer que foi bem distribuído. Em frios também se mostrou o que para certos processos de desenvolvimento também ajuda.

E entrou e eis que está a sair.

sábado, 30 de janeiro de 2010

A mais alta das torres começa no chão

Todos sabemos que os provérbios traduzem de uma forma prática um ensinamento colhido na vida pelo ser humano, em qualquer que seja o local onde ele se encontre, desde que ele tenha a capacidade de efectuar duas coisas: observar e meditar.

A observação é importante porque permite-nos aperceber do que se passa à nossa volta e como se passa.

A meditação é importante porque permite analisar, compreender um determinado facto observado, e extrair conclusões que possam servir num futuro.

Como a civilização chinesa já leva um avanço significativo nesta prática de observar e meditar sobre outras civilizações normal será que a mesma possua muitos provérbios.

Um desses provérbios é o que serve de título a esta mensagem:

"A mais alta das torres começa no chão"

Infelizmente, assistimos diariamente a muitos casos em que tal ensinamento é pura e simplesmente mandado às urtigas com as consequências que se adivinham.

Existem mesmo uns profissionais da tentativa de desconstrução deste provérbio. Entretêem-se diariamente a tentar convencer todos os outros de que podem construir as suas belas e maravilhosas torres sem qualquer alicerce, sendo que elas jamais cairão.

Tais profissionais, os POLÍTICOS da nossa praça, em todas as ocasiões pretendem mostrar que podem desafiar o provérbio, mas.....

O que torna tudo mais grave é quando a ausência de execução de tais promessas afecta, de várias formas, terceiros que nada têem a ver com as tais TORRES!

Luas e Luares

Nisto de provérbios acerca das fases da lua a variedade é mais que muita, tal como os que se referem ao luar que a Lua proporciona.

Nos Refranes castelhanos podemos encontrar por exemplo:

"Luna de enero y amor primero no tienen companero"

ou de outra forma:

"Luar de Janeiro não tem parceiro" e "Amor não há como o primeiro".

Como hoje estamos em plena Lua Cheia, deste ciclo de Janeiro, também podemos verificar que o adágio castelhano que se segue é bem verdadeiro:

"Luna llena brillante, buen tiempo por delante"

ou, como afirmariam os catalães:

"Lluna lluhent, sequedad ó vent".

domingo, 24 de janeiro de 2010

En enero no hay galgo lebrero, ni buey carretero

Para o mês de Janeiro que levamos até ontem, dia 23, bem chuvoso, não há refrane mais apropriado.

Na realidade as três primeiras semanas deste mês têm sido bastante fartas em chuvas, aguaceiros, trovoadas, por vezes até granizo. Face a tal os terrenos encontram-se tão fartos de água, que ainda não tendo tido tempo para absorver as águas caídas das nuvens, estão de tal formas empapados de água que não permitem a sua passagem por eles.

Quem se arrisque a querer transitar por esses campos arrisca-se em muitos deles atascar-se no terreno e com uma progressão difícil.

É exactamente isso que este provérbio da língua castelhana nos diz quando se refere que os terrenos não estarão apropriados para neles correr um galgo em busca das espécies de caça como as lebres e os coelhos, face ao enterramento até ao joelho das patas dos ditos galgos.

Melhor não estarão esses mesmos terrenos para neles transitarem pesados carros de bois. Qualquer tentativa conduzirão ao atasco irremediável do veículo e animais.

domingo, 17 de janeiro de 2010

Enero, frio o templado, pásalo arropado

Todos nós sabemos que o mês de Janeiro não é propriamente um mês de temperaturas cálidas.

No entanto, tem dias que durante o período diurno a temperatura pode atingir valores suaves, especialmente se o dia está soalheiro e pouco ventoso. Mas, ao findar o período diurno, com o diminuir da radiação solar de novo as temperaturas baixam para valores mais reduzidos, lembrando que a estação do ano que vivemos é o Inverno e não o Verão.

Daí que seja conveniente manter-se agasalhado, mesmo que durante o período mais cálido tenhamos aliviado o abafo, não esquecendo que com a vinda do período nocturno esse mesmo agasalho vai ser uma mais valia.

Se nos descuidarmos, e não ligar ao refrão assinalado, corremos o risco de apanhar um resfriado!

sábado, 16 de janeiro de 2010

En el culo las tienes; nunca las riegues

Aqui temos um provérbio de língua castelhana muito interessante.

Quando se aplica ????

Como se sabe no século XX e anteriores os jovens não andavam de calças, mas sim de calções até ao dia em que se aproximavam da adolescência, com a respectiva entrada na sociedade.

Nessa altura chegava o dia em que lhe eram fornecidas as primeiras calças transformando-o num homenzinho.

O provérbio recomendava um uso cuidado das calças, para que as mesmas durassem e mantivessem um aspecto limpo e digno, evitando aquelas traquinices juvenis que já começavam a não ser consentâneas com a sua posição na sociedade.

Igualmente aconselha que não se amedronte, de tal forma que se urine de medo ou algo bem pior que a urina!

Talvez se pudesse dizer em bom português: Com as calças que trazes sejas tão homem que não as cagues de medo!

Em Janeiro, neve e frio, é de esperar ardor no Estio

Estamos perante mais um provérbio que pretende ser de cariz climatológico.

O facto de um mês de Janeiro ter características vulgares para a época do ano, Inverno, de neve e frio não é indicativo seguro que o Estio vai ser muito quente.

Da mesma forma como no Inverno se espera, frio, neve e chuva, também no Verão se esperarão dias quentes e de calmaria.

Digamos que isso é a tendência genérica dessas estações do ano. Também em termos estatísticos, poderíamos ter uma tentativa da Natureza de manter um certo valor médio anual, pelo que, a um período extremo num determinado sentido surgiria um outro período extremo no sentido inverso.

Mas o ditado poderá ter mais de carácter psicológico, uma vez que a mente humana após ter referenciado um período frio e agreste ao chegar ao Verão terá tendência para sentir todo e qualquer tempo calmoso como mais efectivo do que os parâmetros meteorológicos o possam evidenciar.

domingo, 10 de janeiro de 2010

Janeiro frio e molhado enche a tulha e farta o gado

Dizendo o ditado que sendo o Janeiro frio e molhado, sucede que iremos encher a tulha no celeiro e que o gado andará farto.

Mais ligado à agricultura não podia andar este ditado climatológico.

O molhado entende-se como um mês com chuvas, enchendo bem as terras do líquido aquoso, possibilitando uma recarga dos aquíferos mantendo uma reserva de águas subterrâneas que em período mais avançado do ano bastante essencial será na evolução dos plantios.

O frio terá várias vertentes: por um lado melhora o desenvolvimento dos vinhos nas respectivas pipas; por outro, conservará os produtos nos celeiros; também prolongará o desenvolvimento das culturas impedindo desenvolvimentos extemporâneos das culturas, sem perda das sementeiras já efectuadas, ou atraso das sementeiras a efectuar para alturas mais convenientes.

Sendo o desenvolvimento das plantas mais harmonioso, não só se ganha no número de frutos que surgirão, como a própria vegetação proporcionará maiores e melhores pastos para o gado.

Até agora os primeiros dez dias do mês de Janeiro assim têm ocorrido proporcionando boas esperanças.

sábado, 2 de janeiro de 2010

2010 = Ano Par

Creio que ninguém tem dúvidas de que o ano que acaba de começar é um ano PAR.

Em bons velhos tempos aprendia-se, pelo menos, na segunda classe da apelidada Instrução Primária. Actualmente não sei, mas não ficaria espantado se tal noção apenas fosse ensinada no nível do ensino secundário. Com um pouco de sorte ainda será no ensino ... universitário.

Portanto, para aqueles que não sabem, 2010 é um número par, dado que o algarismo mais significativo à sua direita é um algarismo par (Zero), formando a dezena dez.

Vem tudo isto a propósito de um refrane castelhano que acabo de encontrar, folheando um livro de refranes, com o seguinte texto:

"En anos nones no hay que temer ciclones;
en anos pares los habrá a millares"

O que podemos tomar em bom português como:

"Em anos ímpares não há que temer ciclones;
em anos pares eles serão aos milhares"

Nada nas estatísticas climatologicas demonstra tal facto de forma pura e científica o que não retirará que em épocas possam ter sucedido sequências de anos pares em que a tendência para o aparecimento de ciclones tenha sido maior do que nos anos ímpares concomitantes.

E talvez seja bom referenciar aqui outro provérbio, "Uma andorinha não faz a Primavera", para que não tomem circunstâncias ocasionais e num breve período como representativas de um longo período.

Pode ser que 2010, sendo Par, não venha a ter mais ciclones do que os que teve 2009.

sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

No dia de Ano Bom, o dia cresce o passo de um boi bom

Não se sabe o que é um passo de um boi bom, mas decerto que será um passo não muito grande, os bovinos não costumam alargar muito o passo, mas têm como característica interessante que o seu passo é constante e certo.

Na realidade a duração do período diurno de cada dia tem vindo a aumentar lenta e gradualmente desde o solstício de Inverno, ao ritmo de um minuto por cada dia, ritmo que irá aumentando consoante formos avançando no calendário até ao próximo solstício, o do Verão, lá para S. João.

Este pequeno aumento inicial não dá para o ser humano no seu dia a dia ir tomando conta dele e apenas quando formos mais avançados, lá por Janeiro, as alterações horárias dos nascimentos e ocasos se tornarão mais evidentes.

Também o facto de a maioria dos dias de Dezembro e de Janeiro se apresentarem nublados não facilitam tal percepção.

Para terminar, este é o dito ou refrão que nos indicam o carácter constante e lento do aumento do período diurno nestes dias.