Como é do conhecimento genérico do comum dos mortais, a experiência de vida tem vindo desde tempos imemoriais a ser registada, para uso dos vindouros, em frases curtas que resumem a ideia.
Ditos populares, ditados, anexins, provérbios são tudo sinónimos de elementos paremiológicos na língua portuguesa com os quais se vai construindo todo um edifício de conhecimento de vida do dia a dia, reforçado no bom senso que devia sempre pontificar na sociedade.
Recentemente tive a oportunidade de obter a preços de promoção de escaparate, na realidade o valor pago quase não paga a impressão e distribuição quanto mais o autor, uma obra de Francisco Rodríguez Marín, intitulada "Más de 21000 Refranes Castellanos", cujo desbravar agora iniciei.
Das primeiras páginas retirei este naco, que me despertou à atenção:
"Si cuentos quieren dezir,
No saben otros donayres
Sino fablar mal de frayres,
Dellos mofar y reir.
Miserare nobis.
Bien ygual anda la rueda,
Por mucha burla que hagan,
Pues que los frayres les pagan
En essa mesma moneda.
Miserere nobis.
Já assim o dizia fray Luís de Escobar na sua obra "Letania de quinientos proverbios y avisos" de meados do século XVI!
Portanto, já não era de hoje, nem de ontem, todas aquelas questões de que certos proverbios deviam de ser resguardados por poderem ofender o religioso, mais pelos seus representantes e/ou defensores, do que o sistema em si.
Portanto nada de cuidados que há mais de quinhentos anos que se reportam os cuidados em não mofar em demasia a Igreja.
Como se ela não fosse gerida por humanos.
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